quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

RESTOS MORTAIS DA FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA


DOM PEDRO I
Arquivo da Pinacoteca de São Paulo/Reprodução/Wikimedia Commons
O jornal Estadão revelou que, pela primeira vez em quase 180 anos, os restos mortais de Dom Pedro I, o primeiro imperador brasileiro, foram exumados para estudos. Conforma as informações do jornal, também foram abertas as urnas funerárias das duas mulheres de Dom Pedro I: as imperatrizes Dona Leopoldina e Dona Amélia. Os corpos estavam no Parque da Independência, na zona sul da capital, desde 1972.  
A historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel foi responsável pelos exames, realizados, em sigilo, entre fevereiro e setembro de 2012, com o apoio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As análises da pesquisadora revelam fatos desconhecidos sobre a família imperial brasileira, agora comprovados pela ciência, e compõem um retrato jamais visto dos personagens históricos, destacou o Estadão.
Detalhes dos exames
Com a conclusão dos exames, ficou comprovado que o imperador tinha quatro costelas fraturadas do lado esquerdo, o que praticamente inutilizou um de seus pulmões. Isso pode ter agravado a tuberculose que o matou, aos 36 anos, em 1834. Ferimentos constatados foram resultados de dois acidentes a cavalo, ambos no Rio, em 1823 e em 1829, informou o veículo de imprensa.
Outra surpresa revelada refere-se ao fato de não haver nenhuma comenda ou insígnia brasileira entre as cinco medalhas encontradas em seu esqueleto. "O primeiro imperador do Brasil foi enterrado como general português, vestido com botas de cavalaria, medalha que reproduzia a constituição de Portugal e galões com formato da coroa do país ibérico", destacou o Estadão.
"No caso da segunda mulher de Dom Pedro I, Dona Amélia de Leuchtenberg, a descoberta mais surpreendente veio antes ainda de que fosse levada ao hospital: ao abrir o caixão, a arqueóloga descobriu que a imperatriz está mumificada, fato que até hoje era desconhecido em sua biografia. O corpo da imperatriz, embora enegrecido, está preservado, inclusive cabelos, unhas e cílios. Entre as mãos de pele intacta, ela segura um crucifixo de madeira e metal", informou também o jornal.
Outro detalhe curioso é que estudo também desmente a versão histórica de que a primeira mulher, Dona Leopoldina, teria caído ou sido derrubada, de uma escada, por Dom Pedro, no palácio da Quinta da Boa Vista, então residência da família real. Segundo a versão, divulgada por historiadores como Paulo Setúbal, ela teria fraturado o fêmur, mas, nas análises no Instituto de Radiologia da USP, não foi constatada nenhuma fratura nos ossos da imperatriz.
* Com informações do Estadão